quinta-feira, 5 de junho de 2014

Soltas



A brisa ergue um espírito desgastado
de anos cerrado num armário antigo.

Ondas que quebram nas rochas, no termo daquela floresta,
cerrando um destino composto de vários ciclos de vida e de morte.

Este lugar parece familiar, 
como se saísse de um passado longínquo em que aqui andei, não sei bem como...

sem medo. apenas uma calma transparente...
uma lucidez estranha que me faz ver as cores de forma diferente

e até a melodia do vento me soa distinta e meiga.

A terra orvalhada encharca os pés descalços, recriando pegadas que já aqui estiveram, mas quando?

Afinal, o futuro escreve-se com o sangue do passado, ainda que em forma de lágrimas...
e os sorrisos parecem também eles recorrentes.

Que estranho saber e não saber, sentir mas sem sentir, reconhecer sem compreender...

sei lá que fados aqui me trouxeram, ou que brisas me tocaram, sobre que terra orvalhada caminhei.

E enquanto adormeço ao som das ondas que batem nos rochedos, o tempo passa por mim como se de vento se tratasse....

SLL

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