...«Amo-te», repetiu ele bebendo-lhe a pele. Amou-lhe o corpo como se lhe amasse a alma, e o corpo pareceu-lhe ter um outro cheiro e mais espaço por dentro, como se ao sussurrar-lhe amo-te, ela tivesse escancarado as portas e janelas por dentro dela, com o cheiro do campo a entrar-lhe no sangue. Era de repente um corpo de muitas assoalhadas, muita luz, em que ele podia arrumar tudo o que arrastava consigo. «Amo-te», repetiram-se...
João Morgado in: Diário dos Imperfeitos
Prémio Literário Vergílio Ferreira
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