terça-feira, 3 de junho de 2014

Pensamentos



Por fim
calou-se.
Deixou
de ser
lida ou ouvida
e o seu rumo
foi desfeito,
tempo perdido no mar
à deriva em sonhos
sem depósito
sem retorno
sem direcção.
Caminha
por anos
através de vidas
numa dança estranha
sobre esta grande
esfera
verde e azul
e pedra.
Caminha só
pisando palavras
sem sucesso
tão fraca e tão pálida
tão só na multidão
da sua errática
aparentemente fútil
existência.
Lançou ao vento
a partir do caos
a sua vida
em cacos
num padrão
desconhecido
de estrelas cintilantes
e lágrimas aleatórias.
E permanece
constante
insustentada
observando
contemplando
acima dos vazios escuros
da lama subconsciente
da luz silenciada
a sua alma prenhe
de sonhos desfeitos
quais fantasmas...
Talvez em algum lugar
um dia
possa renascer
estender-se e respirar
alcançar e tocar
sentir e ser sentida
por qualquer pessoa
assim como
ver novas chuvas
cair
para saciar
a terra sedenta,
sentir o sol
força da vida,
a árvore, a folha,
a vida além...
Assim por diante e por diante
com ou sem
qualquer significado
excepto em
breves pausas
como esta
antes de si
antes de mim
depois de agora...

SLL

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