quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Observações



Quantos se escondem nas sombras, perdidos na própria escuridão do medo,
corações gritando em silêncio frases desconexas e jamais escutadas...
Há vidas vividas apenas no passado
cujo presente é uma parede branca, sem um único traço desenhado.
Existem noites insones, sonhos desfeitos, reconstruídos
pensamentos nas asas de uma gaivota
Quantas vidas desperdiçadas e castelos de cartas
que a leve brisa desfaz...

No solo de uma guitarra
em que os sons tocam as estrelas e acariciam as asas de anjos jamais vistos
numa paisagem inventada por um artista qualquer
e pintada com as lágrimas de uma mulher na areia da praia,
residem todos os anseios do coração,
todos os sonhos desfeitos, reconstruídos
e desejos acalentados,
a luz do sol da manhã...
as ondas do mar oceano...
e todas as constelações do universo!

SLL2016

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Alma



Numa valsa lenta, nesta madrugada, existe um olhar sóbrio de uma alma alugada
cuja melodia se expande quais cordas esticadas de um violino qualquer,
que tocam, plangentes quase como se gritassem...
A alma morre? 
breve momento de descrença enquanto o olhar se fixa na mão que segura a chama de uma vela quase fenecida.

É certo que os pensamentos vão e voltam, 
e se entregam aos sons e às imagens que talvez nem sequer existam além dali...

O que reside aqui, agora, neste instante em que o tempo pára e tudo se resume a isto:
madrugada, pensamentos, violinos, velas...
...descrença...
Alma.

SLL2015

terça-feira, 7 de abril de 2015

Soltas



Espero a minha derradeira dança em 42 notas plangentes tocadas por sombras nebulosas, num mundo que desejava verde e branco, azul, dourado e subtil, quais colinas onde habitam as fadas que há tanto tempo o Homem expulsou do seu mundo....

... para fazer algum sentido, hoje divido pensamentos que geralmente me mantêm cercada, e por isso é o meu punho que dispara agora em revolta e quebra o vidro que separa os dois mundos: o real do real.

... Ah, quem me dera ser o olvido...

SLL2015

domingo, 5 de abril de 2015

Soltas



Correr loucamente pelas pradarias e sentir o vento numa carícia doce, quase como um beijo...
... confessar à lua palavras indizíveis

(o que reside no coração basta-se num olhar).

Dormir um sono com sonhos de pluma e de papel, onde as cores se misturam e se esbatem como num arco-íris imaginário que contém todo o espectro universal....
.... Ah! quem me dera ser mar....


SLL2015

Supernova



Corpos explodem
além do infinito
num êxtase caleidoscópico
sincronizado,
onde arde, para sempre
o vínculo misterioso
ofertado
e recebido, livremente
num acto de amor
... transcendente ...


SLL2015

sábado, 4 de abril de 2015

Soltas




Perco-me nas águas do sentir até que a música termine aquilo que o Amor começou...
.... Ah! quem me dera ser nuvem!


SLL2015