quarta-feira, 28 de maio de 2014

Diário dos Imperfeitos



... Ele desejou-lhe os dedos como ela lhe desejou os lábios tocados pela poesia, mas Santiago não encontrava uma forma poética de falar da morte.Só tinha palavras pretas e ali tudo era branco, até o paninho de renda na jarra de agua, até o sol, até a memoria dela.«Minha mãe esqueceu-se de mim...», chorava, e ele só com palavras pretas na cabeça. Deu-lhe apenas outro abraço. Branco.
Os abraços puros são sempre brancos ...

João Morgado In Diário dos Imperfeitos

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