A história que vos contarei agora é um tanto curiosa.
Não sei se de facto aconteceu ou não, mas será sempre interessante ouvir uma nova história.
Começa assim:
Era um dia frio, muito frio... finais de Dezembro de um ano qualquer.
Para trás, ficara mais um Natal. O primeiro e o último na vida daquele Ano Velho.
Sentado na mais alta montanha do mundo, ele observava o corre-corre das pessoas cá em baixo, os seus problemas, dramas, tristezas, nascimentos e mortes, e pensava que talvez fosse melhor partir para dar lugar a um Ano Novo. Mais jovem, mais forte e, talvez com mais esperança para todas aquelas pessoas.
O frio já lhe trespassava o corpo e ele sentia a vida chegar ao fim.
Desceu então da sua alta montanha, abotoou melhor o casaco de nuvem e uma lágrima de tristeza rolou-lhe pelas faces enrugadas.
Não chorava por partir, mas sim porque durante a sua existência nada mudara. As pessoas continuavam na mesma, as guerras, intensas e o sofrimento... mais dolorido ainda. Só que ele não acreditava que algum dia algo mudasse.
Então o Ano Velho deitou-se na sua cama de relva e fechou os olhos.
Como que porencanto, o seu corpo desintegrou-se e só restaram cinzas que se espalharam como gotas de chuva sobre o mundo cá em baixo...
... faltava um minuto para a meia-noite.
Na terra, as pessoas, alegres continuavam a contagem decrescente entre risos e aplausos...
Cinco... quatro... três... dois... um...
E das cinzas nasceu o Ano Novo, lindo, jovial, sorridente...
E as pessoas, alheias à triste realidade, brindavam com taças de champanhe a sua chegada.
SLL
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