Lança para longe o que te impuseram e não abraces nada mais do que desejares.
O Amor é livre. Liberta-o. Assume-o.
Prova dos lábios como se comem morangos maduros e doces... ah, encanta-me comer de teus lábios e fazer do teu corpo o meu até que não haja princípio nem fim....
SLL
Sê, tu que podes Ser...
tudo aquilo que quiseres.
Abre as tuas mãos em prece,
escuta o vento que brinca com os teus cabelos
que beija os teus lábios...
brinca com ele,
persegue-o e esconde-te...
deixa que Ele te encontre
e entrega-te.
Sê tu, que podes Ser... Eterna
Invencível e Sagrada...
lê as tuas próprias páginas
escritas a negro em folhas rubras de paixão
ou rosa pálido, de doçura.
Saboreia as cores que vês e os aromas que sentes,
toca a tua imaginação.
Abre as tuas arcas e deixa sair o que está preso.
Quem sabe por quanto tempo...
mas Sê...
Sê tu, que podes ser...
Mulher!
SLL
Numa estrada longa e tranquila, caminho sem saber porquê nem para onde.
Basta-me o verde da folhagem, a terra debaixo dos pés
o aroma quente e doce de verão
os raios de sol, que, fugidios, penetram pelas densas copas que me rodeiam...
A minha mente divaga, serenamente e ouço a linguagem dos pássaros
a mesma que falam os anjos e o meu coração.
Nada questiono, nada respondo, escuto apenas
e caminho
cada vez mais lentamente, para que não se dissolva o sonho
Quero saborear o verde e o azul
os raios de sol e os tons terrosos
Quero ouvir o canto das aves e o marulhar do lago que está perto...
mas quero, sobretudo,
deixar a minha alma voar livre pelo meio da folhagem, e até ao infinito...
SLL
Foto de Sara Lourenço
A aranha do meu destino
Faz teias de eu não pensar
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.
É que a teia, de espalhada
Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada
Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro
Sou presa do meu suporte.
Fernando Pessoa
Tela de Luís Paredes